quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A politica do ciclo estático, a chamada democracia rotativa sem sair do eixo da retórica

Hoje decidi-me, mais por revolta do que por outra coisa qualquer. Ocorreu-me pensar que o Alentejo é uma região sem remédio. Entregue a caciques mal formados que utilizam o poder em proveito da prol ou do rebanho que os aclama. E nessa reflexão, em curto espaço de tempo, cheguei à conclusão que as coisas se agravam à medida que o PSD toma as Câmaras Municipais e depois não melhora quando o PS as retoma, e claro se voltar ao PCP fica tudo na mesma. É verdade que essas conquistas são realizadas de forma democrática e espelham a vontade popular. Mas isso também deriva do cada vez mais empobrecido tecido social da região. Sem massa critica suficientemente interveniente e com opinião devidamente formada, o Alentejo vai-se transformando numa terra de cegos onde meia dúzia de zarolhos se transformam em reis, reizinhos e autênticos bobos da corte. E quanto mais pobre, mais zarolhos, e quantos mais zarolhos menos gente com iniciativa, jovem, capaz, critica e criativa. O deficit democrático na região é em determinadas situações abusivo, e se não tivéssemos uma comunicação social tão rasca e arcaica, tão submissa e medíocre, muitas das situações poderiam fazer manchete dos tablóides nacionais. Estou-me a lembrar de exemplos infelizes tipo, o executivo das Câmaras Municipais esquecerem-se do dever protocolar, e por completo desprezo pelas normas democráticas ao ir a aldeias inaugurar uma obra, esquecendo por completo o presidente de Junta dessa aldeia só porque esse Presidente foi eleito com os votos do povo e é da oposição. Este exemplo deveria integrar uma antologia antidemocrática, para fazer jus a um fenómeno deveras mesquinho e tacanho das rivalidades partidárias, esquecendo que o objectivo principal e supremo de qualquer governo é o bem-estar do povo. O governo não existe para governarem-se os que governam, mas para que os que votam tenham melhor qualidade de vida, bem-estar, riqueza e educação.
Com fenómenos de esquecimento como este, qualquer dia esquecem-se que Portugal é um país de direito democrático e instituem nos concelhos de Portugal a fenomenal República da Bananas porque presidentes de câmaras municipais macacos já nós temos muitos, que de tantas bananas fritas cortadas em rodelas e mergulhadas em mel (o que se assemelha a moedas de ouro) comerem ficaram com barrigas mais gordas que as dos gorilas, alguns até se julgam “King Kongs” dos seus feudos. Mas suspeito que isto não só acontece no nosso tão amado Alentejo, mas também por todo o nosso não menos amado e querido Portugal. Qualquer dia a nossa bandeira passa toda a ser verde com a esfera amarela só para representar as bananas verdes e as maduras e assim representar melhor a nossa República das Bananas que se está a instaurar em Portugal, porque do vermelho de sangue derramado pela defesa da nossa pátria já não vejo em Portugal há mais de 30 anos (desde o 25 de Abril de 1973), excepto naqueles que são os menos protegidos pelos nossos governantes, os polícias, os militares em missão no exterior em cenários de guerra e os bombeiros, o resto já não tem o espírito de dedicação, sacrifício e abnegação pelos valores maiores que se chamam a moral, a honra e o orgulho de ser Português e de lutar por um Portugal melhor.